sábado, 4 de outubro de 2008

Política - Segundo a Filosofia


Nós temos com o estado uma relação que é pré e pós urnas eletrônicas. Pré - pois temos a responsabilidade de escolha antes de serem apertados os botões da urna. Pós - pois ela dura quatro anos. Quando dizemos isso, estamos nos referindo aos dias atuais. Essa relação deve ser única e estritamente "racionalista", pois devemos usar nossa razão na política, tal como na matemática (que nos dá resultados precisos).
Entregamos o voto que deve ser escolhido por nossa razão, junto com nossa confiança. Há de existir um pacto para que essa relação seja duradoura e estabeleça os frutos prometidos e os frutos colhidos.
O governante nada mais é que nosso representante em maiores escalas.
Uma questão intrigante: fica claro que não somos livres para votar. Pois os candidatos não se lançam por si só, é o partido que decide quem deve se lançar. Há então raros novos candidatos, a maioria são os velhos lobos partidários de contas européias, e infelizmente é entre eles que devemos escolher nossos representantes em Brasília.
Outra questão: A sociedade é composta por diferentes camadas sociais.Como alguém pode representar diferentes classes sociais, se essas mesmas classes possuem interesses diferentes? Fica a questão.
Porém mais importante que votar em nulo, ou em branco, é votar em algum candidato que seja de sua escolha. Se não há melhor, vote então no "menos pior". Pois se nossos políticos fazem tamanha ladroagem, é porque na nossa "democracia" só entregamos o voto e ponto. Ninguém tem mais a mente revolucionária nem cheia de esperança como antigamente. Ninguém se preocupa com a nação. Adotamos uma pose "não é problema meu". Mas aquilo que os governantes fazem, afetam nossa vida diretamente, e a vida de outras pessoas, e é sobre isso que temos que refletir.

Bom voto.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Obscuridade

Eu não pretendo escrever, porém escrevo. Eu pretendo não gritar mas, minhas cordas vocais estão soltas demais, para que elas se limitem. Então solto num desespero, uma faca de ar, um grito. E me sinto tão liberta de mim mesma, que tudo soa bem habitual. Não deveria descrever o que para mim, não passa de uma novidade, e essa novidade é que eu tenho desconhecido cada vez mais, depois de desconhecer o próprio causador dela. Aquele com quem eu contava como membro essencial interligado a bonitos sentimentos. E então soube, que realmente a alma de uma pessoa nunca pode ser totalmente desvendada. Que a alma de uma pessoa esconde cantos obscuros, que são muitas vezes incompreendidos, e na maioria das vezes ficam ali, sem serem inaugurados, apenas imóveis, desesperados por uma amostra simples de sua reação. Eu não tenho medo disso, não mais. Eu já observei muitos fatos dolorosos, muitas reações boas e outras nem tanto. Porém para minha surpresa, ou nem tanto, o conhecido pode simplesmente se tornar totalmente novidade para você, satisfatórias ou não. Seguir novos rumos, ter novas reações, novas ações... Enfim, passar a ser um completo desconhecido. Eu mesma posso ter surpreendido alguém, por uma mudança súbita de atitude, pensamento ou qualquer coisa parecida. E assim segue o ser-humano. Nenhuma alma pode ser revelada, assim como nenhum canto obscuro pode ser desvendado. Há de permanecer cantos que nem nós mesmo nos atreveremos a explorar.

domingo, 24 de agosto de 2008

Geração dos Escravos do Sitema

Tô cheia, de reclamações infundadas, personalidades inventadas, e pseudo-intelectuais. Cansei das mesmas rixas, das reclamações que não nos levam a lugar algum. Pessoas que usam disfarces, que mentem sobre si mesmos escondendo quem são. Pessoas sem reinvidicação, sem coragem pra assumir os próprios medos, escondendo-se em duras carapaças, com frágil proteção. A maioria vivem no limite entre o poder a obsessão do mesmo, entre o amor e o dinheiro, entre a guerra e o egoísmo tão corriqueiro. E pra que poder? Pra que? As pessoas reclamam, sem fundamentos. Não lutam, se conformam. O conformismo virou modo de vida na nossa geração, que cultua computador e o fim dos discos. Vivemos pro trabalho, pro gasto, pra rotina, e esperamos no ócio o nosso derradeiro final. Vivemos tentando criar fakes de nós mesmos, e esquecemos de viver a nossa vida real, que vai além de fakes e fotos, que vai além de personagens criados. Se o jovem é o futuro de uma nação sem futuro, estamos ainda mais enlameados, mais corrompidos pelo dinheiro em potencial, pelas superpotências, e pela queda de nossa cultura. Nós somos apenas raízes de uma potência, isso é um fato. E eu estou cansada do caos de um país que o preserva, que admite que outras nações explorem nossas riquezas, as florestas. Ditamos o fim do preconceito, mas nos deparamos com ele a cada dia. Lutamos pela democracia, mas não sabemos como desfrutá-la, culpamos nossos políticos infames, sem fazermos uma única tentativa de buscar alguém para governar nossa cidade ou país que tenha uma ficha menos suja, menos emporcalhada. Cadê a nossa livre expressão? Fugiu com o conformismo público. Viva o futebol falido, o pão dormido, o samba fodido, a cultura indígena se tornando mundana e se corrompendo com a nossa famosa forma de querer mandar em tudo e em todos, impondo para eles um comércio ou estabelecendo uma igreja a ser seguida (sinônimos), viva também a hipocrisia, a música industrial, o poder, a guerra, a fome, a soberba, o preconceito, o egoísmo, ... o horário eleitoral que mais se parece com um programa de humor, e o nosso conformismo, que nos rodeia diariamente. Geração dos escravos do sistema.

sábado, 26 de julho de 2008

Destruição.


Destruição. É a palavra que mais se escuta. As pessoas não querem protestar pelos seus direitos, abstintos pelos verdadeiros ladrões que residem no distrito desta nação zumbi. Querem evitar guerras, sem ao menos perceberem que já vivem em uma. Contentam-se com a ignorância. Comportamento ridículo, já automotizado por aqueles que riem da nossa destruição. Cadê o amor? Fugiu com a felicidade, com o medo da guerra. Desprezo pela misericórdia! É isso que todos fazem. Por quê? Para quê? Tudo isso só destrói e atormenta, a alma que cansa de existir.

Amanda Medeiros

domingo, 1 de junho de 2008

Censura Hipócrita


Dias atrás, quando o frio por aqui começava a aumentar, eu liguei a tv, e me deparei com uma cena um tanto quanto comum nesses últimos tempos. Era uma cena de sexo. Normal tal cena em nossas novelas, e programas em tv aberta. Horário nobre, 21:20 da noite. Em outro dia, quando mudava de canal, reparei num diálogo entre duas pessoas do mundo artístico. E eles defendiam com tal voracidade suas opiniões, que eu acabei largando o controle de lado, e parando por ali mesmo.
-Isso irá atingir a moral e a integridade dos brasileiros - dizia o homem enquanto gesticulava ridiculamente. - É inaceitável que tal cena seja exibida nesse horário, quando as crianças ainda estão despertas, e enquanto a família brasileira se reúne na frente da tv.
E eu me indagava: Que cena será essa? Será a cena exibida dias atrás? Enquanto isso o homem encerrava seu diálogo para com o outro:
-É inadimissível que o beijo gay seja exibido nesse horário, em plena tv aberta, na frente da família brasileira.
-As pessoas que defendem a integridade e a moral, já ameaçaram processar essa emissora caso o beijo gay realmente for para o ar. - Disse o outro homem.
Eu fiquei refletindo sobre isso, e decidi escrever sobre esse assunto não sei porque, talvez seja pra mostrar a minha humilde opinião.
Depois desse dia, eu vi em outros diversos canais palavrões chulos, cenas depravadas, diálogos explícitos sobre sexo, enfim
tudo o que a "boa moral e os bons costumes" condenam. E por que cenas assim passam direto e reto na televisão? E um simples beijo
gay é tão condenado? As crianças continuam sentadas ali na sala, vendo tais cenas, e não podem ver um simples beijo gay. Por quê?
Para quê resguardar a família brasileira que já está acostumada com a "beleza" da nossa televisão aberta? Estaríamos sendo hipócritas se disséssemos que o beijo gay é ofensivo, é agressor. As pessoas hoje tem o direito de assumir sua sexualidade, podem assistir a romances e casamentos héteros e homossexuais, e não podem ver na tv um simples beijo gay. Estamos na ditadura? Não estamos ditamos o "fim do preconceito"? Porque as pessoas ficariam tão ofendidas se elas já estão completamente acostumadas com cenas de sexo explícito, cenas de nudez, embutidas em "programas para a família"? Elas pouco se importam, pouco se dão conta do que estão vendo. São perguntas que eu nãoencontro resposta. Na tarde de domingo cansamos de assistir mulheres com a bunda de fora, quase nuas rebolando em frente as câmeras enquanto o apresentador fala qualquer merda, e tá tudo certo. Tudo para "aumentar a audiência". E isso não nos ofende. O lixo de tv está ali, e nós assistimos todos os dias, as emissoras na busca desesperada por mais um ponto medíocre de audiência. Assistimos a qualquer porcaria que nos faça rir, nos faça ver bundas, pessoas bonitas e superficiais, fofocas, essas coisas inúteis, mas não um beijo gay.
No último capítulo da novela, para confirmar minhas suspeitas o beijo gay não foi ao ar. Tudo para a preservação da boa moral e dos bons costumes. Viva a hipocrisia.

domingo, 20 de abril de 2008

O Descompasso do Proibido


Existem coisas que podem ser decifradas por palavras. Outras não. Mas, às vezes se chega próximo do decifrável, e é isso que tentarei. Ás vezes é passageiro, como folhas que caem de um outono vivido. Às vezes é pra sempre, como marcas incalcansáveis de um passado memorial. E eu aqui aspirando o ar e o deixando fluir pela minha mente e meu coração. Senti e sinto. Sinto em mim algo impossível, possível até, é como um paradoxo em mim. Se isso é possível ou não, não me importa. O que me importa é o maravilhoso mar de sensações que me invade. É só isso que me importa. Serão sensações ou sentimentos? Será razão ou loucura? Assim como um mar de sensações também existe um mar de perguntas, todas com uma enorme interrogação decorando suas faces.
Eu estava ali há algum tempo, e não deixava nenhuma emoção me encostar, nenhum sentimento. Foi evitando que aconteceu. Talvez fosse pelo libido do proibido, tem de existir alguma explicação. Esse sentimento tão inexplicável pode ser somente atração, ou não. A proibição do quase suportável me traz uma sensação estranha do incrível, da realização. Como se quanto mais proibido fosse, melhor. É com isso que me preocupo, até onde isso chegará?
Um singelo olhar, ou uma simples música é motivo para ocupar minha mente durante todo o tempo. Meus batimentos descompassados depois de um beijo demonstram em mim que eu estou sendo sincera comigo mesma. Até porque eu nunca tentei esconder sentimentos de mim mesma. E essa sinceridade me assusta. Até porque divido isso comigo mesma, e não mais com outros. Eles não entenderiam, me subjulgariam. Enquanto escondo meus temores, meus sentimentos, penso se deixei de existir pra vida. Mas eu vivo, vivo anestesiada, porém vivo.
A música toca no fundo, enquanto todos movem seus corpos no compasso, todos ali com o pensamento em um só lugar. A música, e nada além. A música e a presença de alguém. Essa simples presença me perturba, me faz vivenciar um turbilhão de coisas jamais vividas. Só eu não estou no compasso da música, estou descompassada. "Alguém por favor faça isso parar?" Tento gritar em meu interior, mas ninguém me responde. É a presença que me perturba, como seu cheiro, seus olhos, sua voz... Me perturbam e me acariciam ao mesmo tempo. E isso é proibido? Não se for motivado pelo coração. Peço que não me deixe lúcida, pois esse turbilhão de sentimentos, essa atração e esse descompasso é tão bom e me faz sentir cada vez mais viva.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia 1º de abril de 2008;

Hoje ao olhar para o calendário, percebi que não era apenas o dia 1ºde abril, mais também aniversário do meu bisavó Manoel que se encontra num plano superior, e também o dia da mentira. "Mais oras, será que a mentira é tão importante para ter um dia só para ela?" - Indaguei, enquanto ouvia no rádio que a mentira era o pior defeito do homem. E depois dessa frase solta, e liberta, perguntei novamente se seria realmente o pior defeito do homem, e descobri que não. O ser-humano em si é repleto de imperfeições, e fazemos questão de aflorá-los mais do que nossas virtudes.
Talvez o defeito mais comum e mais aceito desde os tempos mais remotos seja a ganância. A ganância que continua corrompendo corações. Ela sempre esteve presente em nosso mundo hostil, e desde sempre vem destruindo almas. Foi a ganância juntamente com o ser-humano que destruiu povos, culturas, idiomas, rituais, princípios e vidas. Desunindo pessoas, causando miséria, fome, separando famílias e lares e causando guerras, mortes. Terminando com ideologias, e acabando com o nosso bem mais precioso: a natureza. Dentre outros defeitos a ganância se destaca. Ela nos torna mentirosos, hipócritas. Sim, a ganância talvez seja o pior defeito do homem.