domingo, 4 de novembro de 2007

A desconhecida que habita em mim

Olhar a fonte do invisível, rastros de nada contidos em pisos invisíveis. Impossível compreender algo imcompreensível. Impossível me compreender. Como entender coisas ao meu redor que se movem sem sentido algum, sem nenhum caminho específico ou nenhum manual de instrução?
Se eu me olho eu não me enxergo. A desconhecida no espelho. Espelho quebrado, impossível saber quem se é num espelho quebrado. Eu busco minhas próprias respostas em minhas opniões. Mas às vezes elas estão tão imersas em coisas sem razão que eu passo a duvidar se sou eu, ou a mesma desconhecida que habita aqui, em mim.
Coisas ditas há segundos atrás, e eu não me lembro quem falou. Habitam em mim: a desconhecida e eu mesma 'conhecida', que por parte, também desconheço. Um texto complicado e cheios de entrelinhas, que nesse momento sóbrio, só faz sentido para mim. Eu esquecerei daqui a algum tempo o que esse texto reprensentou para mim... Tradução, talvez? Tradução de coisas complicadas que existem interiormente. Os pés no chão frio, a janela fechada, a escuridão do corredor. Olho para mim mesma e me pergunto diversas vezes: 'Quem sou?'
Ontem eu tinha opniões que me faziam orgulhar de mim mesma. Sou mutante, como dizia Raul: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opnião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor, sobre que eu nem sei quem sou." Obrigada Raul Seixas. Suas palavras traduzem exatamente o que eu tentei expressar. Sou mutável, sou uma metamorfose ambulante, sou conhecida e desconhecida para mim mesma, e me orgulho disso. Se eu achasse o meu eu, talvez não seria eu mesma.

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